A Polícia Militar da Bahia, por meio da Companhia Independente de Policiamento de Proteção Ambiental (CIPPA) em Lençóis, intensificou o patrulhamento na BA 052, entre Irecê e João Dourado, resultando na apreensão de um caminhão carregado com casca de angico, árvore nativa do Brasil, sem a devida documentação. A operação ocorreu na segunda-feira (03/06).
Durante a ação, os policiais ambientais abordaram um caminhão Mercedes-Benz L 1620, transportando aproximadamente 20 toneladas de casca de angico, subproduto florestal que seria transformado em farelo para uso irregular no amaciamento de couro em curtumes. “Além da casca, as árvores nativas derrubadas também são utilizadas para a produção de estacas e mourões para cercas, destacando o impacto devastador do desmatamento”, destaca o Major George Porto – comandante da CIPPA. O condutor não possuía a documentação exigida para o transporte da carga, como a nota fiscal e o Documento de Origem Florestal (DOF).
A utilização da casca de angico em curtumes, além de ser um crime ambiental devido à exploração ilegal da flora nativa, está associada a outras atividades ilícitas, como o abate clandestino de gado e a operação de curtumes irregulares, que causam diversos impactos ambientais negativos.
O motorista, o veículo e a carga foram encaminhados à Delegacia Territorial de Irecê, conforme o Boletim de Ocorrência 372772/2024 e o Termo Circunstanciado de Ocorrência/Auto de Exibição e Apreensão 15143/2024. A madeira apreendida foi destinada à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Lapão, conforme termo de doação lavrado pela autoridade policial competente.
A prática de desmatamento ilegal, que inclui a derrubada de árvores nativas para a obtenção de madeira e subprodutos, como a casca de angico, gera um ciclo de impactos ambientais e sociais devastadores. A exploração indiscriminada das florestas contribui para a perda de biodiversidade, altera os ecossistemas e promove a degradação do solo. Além disso, atividades associadas, como o abate clandestino de gado e a operação de curtumes ilegais, potencializam a contaminação de recursos hídricos e a emissão de poluentes, afetando diretamente a saúde das comunidades locais. A conscientização e o combate efetivo a essas práticas são essenciais para a preservação do meio ambiente e a garantia de um futuro sustentável.