Em um momento em que o Brasil está estreitando relações diplomáticas com Benin, a Inspirali, responsável por um ecossistema de educação médica do país, leva alguns estudantes e professores de Medicina para prestarem atendimento médico em vilarejos da região africana, para uma população de extrema vulnerabilidade.
Participarão da Missão 28 alunos, cinco egressos e oito professores das escolas UniBH (MG), Unisul (SC), Universidade São Judas Tadeu (SP), Universidade Anhembi Morumbi (SP), UniFacs (BA), Faseh (MG), UnP (PE) e Ages de Irecê (BA).
O docente de Medicina da Ages de Irecê e coordenador de estágios, Thiago Magalhães, conta que participou de duas missões humanitárias na Amazônia, experiências que marcaram profundamente sua trajetória.
“Nessas missões tivemos a oportunidade de atender as comunidades ribeirinhas da Amazônia. Agora, inicio o ano com um novo desafio que, com grande entusiasmo, aceitei: a Missão África. Desde dezembro, temos nos reunido virtualmente, com preparações e orientações detalhadas para garantir que a missão seja bem-sucedida e que possamos atender às necessidades da população com a maior eficiência possível. Para aprimorar a comunicação, estamos tendo aulas de francês, já que a língua oficial do país é o francês, embora a maioria da população fale dialetos locais”, revela.
Ainda segundo o médico, cada missão é uma oportunidade de aprendizado e evolução, tanto para os que atendem quanto para os que são atendidos.
“Participar de uma missão como esta representa não apenas um desafio pessoal e profissional, mas também a oportunidade de fazer a diferença na vida de muitas pessoas. A experiência adquirida em cada missão, o aprendizado coletivo e as histórias de vida que compartilhamos são, sem dúvida, os maiores legados que podemos levar conosco. É uma oportunidade única de contribuir, mas também de crescer enquanto ser humano”, finaliza.
A Missão acontece de 13 a 28 de fevereiro, período em que os missionários visitarão e receberão pessoas de cinco diferentes vilarejos das cidades de Adjarra e Ganvie com a expectativa de atender 500 pessoas por dia com serviços de saúde e pequenas cirurgias.
O hospital Centre de Santé de Adjarra, já em funcionamento na região, servirá como base, mas a expedição será dividida em grupos com diferentes atuações para prestar atendimento aos vilarejos locais. Além de procedimentos cirúrgicos e visitas domiciliares, os missionários também atuarão em um Centro de tratamento para pacientes com problemas de Saúde Mental.
Durante a expedição, os consultórios serão organizados em galpões ou debaixo de árvores sombreiras próximas ou dentro de paróquias e cada um contará com um tradutor do dialeto Fonue para o francês, colaborador da própria comunidade. Os alunos se comunicarão por meio do francês básico.
Em Benin, a mortalidade infantil chega próximo dos 50% no primeiro ano de vida e a expectativa de vida é em média 53 anos. A maioria da população em Benin vive em extrema pobreza, não possuem saneamento básico, pouquíssimos têm acesso à energia elétrica e com acesso extremamente restrito à educação e saúde, já que não possuem escolas ou hospitais públicos.
Rodrigo Dias Nunes, diretor de Extensão Curricular, Extra-curricular e Travessia Humanitária da Inspirali, acredita que, para a maioria, esse seja o único atendimento que estas pessoas vão ter ao longo da vida.