‘Garimpando’, documentário feito na Chapada Diamantina, estreia em 19 de setembro com histórias inéditas do garimpo em Palmeiras

Na próxima quinta-feira, 19, a cidade de Palmeiras, na Chapada Diamantina, poderá se ver sob a perspectiva de quem testemunhou o período do garimpo na região. Será o lançamento do documentário “Garimpando”, dirigido por uma filha da terra, a fotógrafa e cineasta Géssica Correia.

A história da Chapada Diamantina, ou pelo menos parte dela, gira em torno do garimpo. As pedras preciosas que outrora movimentaram a economia e que fazem parte do imaginário coletivo, tomam corpo e mostram essa realidade nos relatos de quem viveu, direta ou indiretamente, o garimpo na região.

Palmeiras, cidade que viveu seus dias de glória e riqueza impulsionados pela extração de diamantes, é um arquivo vivo dessa memória impressa nos casarões antigos coloniais, na pavimentação de pedras, nas igrejas e, imaterialmente, pela recordação dos que testemunharam esse tempo.

Preocupada em preservar esse arquivo cultural e enaltecer esse patrimônio imaterial da cidade em que vive, Géssica revela detalhes inéditos sobre a vida dos garimpeiros e o impacto do garimpo na formação da cidade por meio do documentário. 

“Garimpando conta a história do garimpo em Palmeiras, através dos garimpeiros, e um pouco de como foi a construção da cidade. Nas entrelinhas, puxamos vários outros tópicos: o papel da mulher no garimpo, a economia da cidade, a formação da cidade”, contou.

A concepção do filme, de pouco mais de 30 minutos, exigiu uma pesquisa intensa e permitiu encontrar e incorporar, por exemplo, fotografias e ferramentas usadas na época, mas Géssica conta que informações preciosas foram surgindo durante o processo, como o encontro com garimpeiros que ainda vivem na cidade. “Muita coisa acabei descobrindo durante a construção do doc, por exemplo, não sabia que existiam garimpeiros vivos ainda. Esse povo não pode morrer sem a gente documentar isso”, destacou. 

Com o documentário, que tem direção de fotografia de Lucas Lima, a diretora acredita que poderá ajudar a despertar o sentimento de pertencimento e promover a educação patrimonial, garantindo que as futuras gerações conheçam e valorizem esse importante capítulo da história de Palmeiras e da Chapada Diamantina. As grandes histórias e curiosidades inéditas do garimpo na localidade pretendem fazer esse papel.

E de acordo com a diretora, há mais por vir. “Não deu para trazer tudo no doc, talvez depois eu possa transformar em filme ou fazer uma segunda edição. A gente focou agora na formação da cidade e nas Lavras Diamantinas, mas a gente quer depois detalhar sobre as zonas rurais de Palmeiras para desenvolver um pouco mais a história desses lugares.”

Estreia e exibições

O filme será lançado oficialmente na praça principal de Palmeiras, em 19 de setembro, um dia antes da sua estreia no Youtube. Além disso, o documentário será exibido em sessões de cinema itinerante em escolas públicas e três comunidades rurais da cidade, em outubro. Lagoa dos Patos, Tejuco e Serra Negra são os povoados que serão contemplados neste primeiro momento.

As informações podem ser acompanhadas por meio do perfil oficial do filme nas redes sociais, @garimpando.doc

A diretora

“Minha formação audiovisual foi acontecendo”, diz Géssica, 27 anos, que trabalha na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Palmeiras e revela o desejo de se aprofundar na formação. Amante da área documental, é nascida e criada na Chapada Diamantina e confessa o recorrente interesse pela história da região.

Com “Garimpando”, ela dá mais um passo na realização do objetivo de preservar memórias por meio do audiovisual. Esse é o seu segundo filme documental, tendo experiência anterior com seu primeiro documentário, intitulado ‘Anos Luz’.

Como fotógrafa, já participou de projetos com o nutricionista e empresário Daniel Cady e o humorista Whindersson Nunes, ambos na Chapada Diamantina.

Lei de incentivo à Cultura

Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. A Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar n.º 195, de 8 de julho de 2022.

Veja o trailer