Baixio de Irecê terá R$ 836 milhões para produção de frutas e grãos

A iniciativa visa expandir a produção de banana, feijão, soja, milho e algodão em uma área superior a oito mil hectares, contribuindo para o fortalecimento da agricultura irrigada no Brasil. O projeto foi inserido no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi).

O ministro Waldez Góes destacou a importância da expansão da irrigação para alcançar o potencial agrícola do país, mencionando que, dos 55 milhões de hectares com potencial irrigável, apenas 8,5 milhões são atualmente utilizados. Além de aumentar a produção de alimentos, a ampliação da área irrigada também ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, combate à pobreza e promove um desenvolvimento sustentável.

A execução do projeto ficará a cargo da Germina Irecê Agropecuária e Irrigação SPE S.A. Com o suporte do Reidi, a concessionária terá direito a uma desoneração de aproximadamente R$ 38 milhões em impostos, como PIS/Pasep e Cofins, na aquisição de equipamentos e serviços. A instalação dos sistemas de irrigação incluirá a construção de obras civis e a aquisição de motobombas, tubulações e materiais elétricos, com o objetivo de modernizar a infraestrutura e aumentar a eficiência hídrica e produtiva da região.

O Papel do Reidi na Agricultura

O Reidi é um regime que oferece incentivos fiscais para projetos de infraestrutura, incluindo irrigação, ao suspender a exigência de contribuições como PIS/Pasep e Cofins. Esse incentivo pode reduzir os custos de implantação em até 9,25%, promovendo novos investimentos nas áreas de transporte, energia e saneamento. Desde sua implementação em 2021, o Reidi já viabilizou a irrigação de 80,8 mil hectares no Brasil, com investimentos superiores a R$ 1 bilhão.

Projeto Baixio de Irecê: uma referência nacional

Localizado na região do Médio São Francisco, o Baixio de Irecê, em Xique-Xique (BA), foi o primeiro projeto público de irrigação concedido no Brasil. Com previsão de investimento de R$ 1,1 bilhão ao longo de 35 anos, a iniciativa deve gerar cerca de 180 mil empregos diretos e beneficiar mais de 250 mil pessoas. A concessão foi estruturada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), MIDR e Ministério da Economia.

A região, além de possuir alta disponibilidade hídrica e solos mecanizáveis, é reconhecida pela tradição agrícola, oferecendo excelentes condições para o desenvolvimento de um polo produtivo e sustentável.