Baiano que recebeu coração infectado com HIV precisa de transplante de rim; Entenda o caso

Um homem soteropolitano de 63 anos que fez um transplante de coração, e recebeu um órgão infectado com HIV no Rio de Janeiro vai precisar de um transplante de rim. O transplante inicial aconteceu em janeiro e agora ele tem que lidar com outras complicações de saúde.

O paciente falou pela primeira vez sobre o ocorrido nesta quarta-feira (23). Em entrevista à BandNews, ele afirmou não ter recebido nenhum apoio do Ministério da Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde do Rio ou do governo do Rio de Janeiro, tendo sido contatado por ligação apenas duas vezes sobre o caso.

O paciente relata que os primeiros sintomas começaram logo após sua alta do hospital, em fevereiro deste ano. De início, ele apresentou náuseas e perda de apetite, que foram medicamente avaliadas como princípios de rejeição do coração.

A infecção só foi percebida em agosto, durante uma consulta de rotina feita já em Salvador. No mês seguinte, ele já iniciou o tratamento com remédios para combater a infecção, mas o uso dos medicamentos prejudicou suas funções renais.

O paciente agora precisará realizar uma nova operação de transplante de rim.

O caso

O laboratório Patologia Clínica Dr. Saleme (PCS Saleme) é investigado como responsável por infectar seis pacientes transplantados com o vírus HIV. 

A primeira fase da operação policial aconteceu na segunda-feira, 14. Duas pessoas foram presas e outras duas se entregaram nos dias seguintes. Na sexta-feira, 18, a Justiça manteve a prisão temporária dos quatro funcionários do Laboratório PCS Saleme. A polícia analisa os documentos apreendidos.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) diz que os investigados já emitiram dezenas de resultados com falso positivo e falso negativo para o vírus HIV, inclusive em exames de crianças. Eles respondem a inúmeras ações de indenização por danos morais e materiais. 

A conduta mostra que há indiferença com a vida dos clientes e da população, segundo o MP.

No domingo, 20, aconteceu a segunda fase da Operação Verum, com cumprimento de 8 mandados de busca e apreensão e um de prisão. A ação tem o apoio do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE).